“Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20b)
Olá amigo Sentinela da Manhã! É muito legal poder bater este papo semanal com você! Neste Domingo, a Igreja celebra o dia em que Jesus, tendo concluído seu tempo na história, parte para a casa do Pai.
Diferente do que muita gente poderia pensar, hoje não é festa do “tchau Jesus”! Na verdade, celebramos a vitória pascal do Cordeiro Imaculado, que agora, vive para sempre conosco. Mas não mais do mesmo jeito de quando fez sua história entre nós. Agora Ele permanece entre nos no mistério...
E por mistério não podemos entender algo nebuloso... Jesus não está menos presente hoje do que estava ontem. Ele está tão presente agora entre nós, quando como estava presente entre os seus discípulos em Israel, há dois mil anos atrás. E sua permanência, mesmo que muitas vezes oculta, modifica nossas vidas e nos transforma. Não foi assim com você? Jesus mudou sua vida! Isso porque Ele de fato cumpre sua promessa de permanecer conosco até o fim do mundo (cf. Mt 28,20b).
Mas e que modo o Ressuscitado permanece conosco? Ele, o Senhor, por meio de seu Espírito, age na história por mim, por você e por todos os que desejam ser como Ele. Jesus está presente e atuante hoje no MISTÉRIO da Igreja. “Ele, nossa cabeça e princípio, subiu aos céus, não para afastar-se de nossa humildade, mas para dar-nos a certeza de que nos conduzirá à glória da imortalidade.” (Prefácio da missa de hoje).
Neste nosso bate-papo, vamos aprofundar este mistério da presença em alguns aspectos:
Mistério da Glória do Cristo:
“…o fez sentar-se à sua direita nos céus, bem acima de toda autoridade, poder, potência, ou qualquer título…” (Ef 1,20-21)
Na Ascensão, celebramos a conclusão daquilo que no Natal começamos a vivenciar: o Natal celebra a encarnação: a descida do Verbo de Deus, que sem pensar em sua majestade, assumiu a nossa fragilidade. E assumiu mesmo... Foi até o fim e desceu até o mais baixo: desceu fazendo-se humano, desceu fazendo-se servidor, desceu até a morte vergonhosa e dolorosa. Assumiu nosso lugar, ou seja, o lugar da humanidade ferida, machucada... Fez-se pobre com os pobres, doente com os enfermos, sofredor com os sofredores. Desceu à mansão dos mortos e fez-se morto com os que se encontram na sombra da morte. Na Ascensão celebramos o caminho de volta... Jesus começa a ascender no dia de sua ressurreição, quando rompe as cadeias da morte e manifesta, por quarenta dias, a sua GLÓRIA. E na Ascensão, ele rompe as portas do céu e senta-se no mais alto: no trono digno de sua divindade. Ele desceu até nós, o mais baixo que pode, para de lá nos arrancar consigo e nos levar com Ele para o céu! O Vencedor da morte, triunfou sobre o mau. Ele vai para os céus não porque quer fugir de nossa pequenez, mas sobe ao mais alto levando consigo as marcas de sua paixão. Ele leva consigo a fragilidade humana que na encarnação assumiu de modo definitivo. Assim, em Jesus, a humanidade está sentada no trono de Deus, nos céus.
Fato impressionante! Não foi Jesus quem “subiu”! Foi o Céu que desceu em definitivo e levou consigo aqueles que desejam viver este céu já! Você deseja? Você, sentinela, quer?
Mistério da Missão da Igreja:
“Ide e fazei discípulos meus todos povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!” (Mt 28,19-20)
Terminada a missão histórica do Cristo, começa a missão histórica da Igreja. Não são duas missões, mas uma e mesma missão que se prolonga na história. A Igreja prolonga no tempo a missão do Cristo, tornando atual sua ação salvadora. E para isto, Jesus nos deixa o seu Espírito! Esta força vinda do céu, é o Espírito de Jesus, isto é, a força que animava e impulsionava o Senhor a ir ao encontro de todos! Este Espírito transforma os discípulos de Jesus em seu próprio Corpo!
É por isso que dizemos que a Igreja é o Corpo de Cristo. Pois nela circula a mesma força que impulsionava Jesus e o levava a agir. Jesus permanece presente e atuante hoje na história da Igreja que, mesmo com suas contradições, continua a missão do Mestre.
Os Apóstolos foram testemunhas da Ressurreição! E saíram pelo mundo como sendo o próprio Cristo a ir ao encontro de todos os que precisavam de sua luz e salvação. A Igreja, portanto, é mensageira da Salvação, levando a presença do Senhor ressuscitado a todos os que dele precisam. Nós somos esses mensageiros e temos a responsabilidade de tornar Cristo presente aqui e agora.
Mistério da Segunda vinda:
“Esse Jesus que vos foi levado para o céu, virá do mesmo modo como o vistes subir para o céu.” (At 1,11b)
Se a Igreja continua a missão do Cristo, ela o faz com uma certeza – não está sozinha. O Cristo continua com ela por meio do Espírito Santo que nela atua. Por isso, essa mesma Igreja sonha realizar na terra a plenitude do Reino de Deus. Mas ela mesma sabe que isso somente será possível quando a plenitude do Cristo invadir toda realidade terrestre. Se Ele é o princípio da salvação, Ele será também a conclusão, a plenitude. A obra é dele e nele ela se inicia e se realiza plenamente.
Não é incomum perceber muita gente desanimar da missão... Frustram-se esperando da Igreja e de suas instituições a plenitude da realização de tudo aquilo que o Senhor havia ensinado... Porém, mesmo sendo o Corpo Místico de Cristo, ela ainda não é a plenitude do Reino. Ela carrega as marcas da pequenez humana. Mas o mesmo Senhor que desceu até a morte para nos libertar, promete que irá realizar esta sua libertação de modo definitivo no final dos tempos. Ele mesmo vai retornar para comunicar a força de sua ressurreição a tudo e a todos!
Por isso, nada de desânimo! Mesmo que nossas instituições ainda sejam falhas, cabe a nós, o Povo de Deus, buscar sempre mais e mais a perfeição, até o dia em que Ele mesmo vai completar aquilo que nossa pequenez não tiver conseguido atingir.
A nós, portanto, Ele deixa a promessa: se vivermos o Reino, seremos glorificados com o Cristo. Ele é já, em plenitude, aquilo que seremos. Nele já se cumpriu o Reino, como primogênito dentre os mortos! Se o seguirmos nesta vida, em sua pequenez e morte, também o seguiremos em sua ressurreição!
Jovem! Você é a Sentinela da manhã! Sua missão é ser o Cristo Hoje
O Senhor realizou em nós a sua obra de salvação! Viveu entre nós, anunciou o Reino, curou os doente e consolou os fracos, perdoou os pecadores e os libertou do poder do mal. Isso dependeu dEle e foi Ele quem realizou por nós! Ele nos amou por primeiro! Porém, cabe a nós acolhermos esse amor e torná-lo presente em nossa vida e na vida dos homens e mulheres de boa vontade que se encontram em nosso redor.
Trocando em miúdos... Nossa missão não depende de nós no tocante a sua origem, sua eficácia e realização da salvação. Mas depende de nós nos colocarmos a disposição de Deus para que ele aja por nós e em nós. Não podemos cair no erro de pensarmos que Deus deve fazer tudo sozinho – Ele confiou em sua Igreja e a ela deu uma missão. Hoje nós somos a Igreja. Depende também de nós a continuação na história da obra salvadora do Senhor.
Mas não podemos tampouco agir como se Deus não tivesse nenhuma participação em nossa ação. Nós não compramos o céu com nossas obras – o Céu já nos foi dado em nosso em Jesus Cristo. “Devemos fazer tudo como se dependesse inteiramente de nós, sabendo que nada pode ser feito sem depender plenamente de Deus.”
O Mistério da Encarnação-Glorificação de Jesus ilumina a vida do Cristão – Cristo assumiu a nossa carne e continua a assumi-la quando a Ele emprestamos nossa voz, nossas mãos, nossos pés, nossa mente, nosso coração. Ele continua sua missão por meio de nós. Não adianta olhar para o vizinho... Somente você pode ir onde o Senhor o envia. Portanto, CORAGEM! Seus pés são os pés do Senhor... Vá em missão àqueles que precisam!
O céu é aqui!
O Cristão vive aqui neste mundo estando sempre a olhar aquilo que ele será – o que se realizou já, em plenitude na vida do Senhor, que agora reina na glória. Um dia seremos em plenitude o que começamos a ser aqui. Se aqui nós somos outro Cristo, lá seremos plenamente aquilo que Cristo é. Lá nós receberemos em plenitude aquilo que aqui vivemos em figura e no mistério.
A Eucaristia realiza aquilo que Cristo fez. Torna atual sua salvação para o homem e a mulher de hoje. A Eucaristia também antecipa a Glória final. Nela vivemos o “já e ainda não” do Reino. Experimentemos a salvação plena do Cristo, que é o mesmo ontem, hoje e sempre.
Fonte: Ministério Jovem/RCC Brasil
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